domingo, 29 de março de 2009
FRANQUIA NEUROMANCER
O termo Cyberpunk foi cunhado pela primeira vez no início de 1980 por Bruce Bethke, como título de um breve conto, que unia atitudes punk com alta tecnologia.
O termo acabou definindo um novo gênero de arte, não apenas literária, e todo um universo complementado por outros autores e artistas. O mais aclamado entre eles ainda hoje talvez seja William Gibson, criador de Neuromancer, livro que originou uma série de idéias apocalípticas como, por exemplo a trilogia Matrix.
Publicado em 1984, ganhou nada menos que os prêmios Nebula, Phillp K. Dick Memorial e Hugo, no ano seguinte.
Obviamente, o livro gerou filhotes variados, como uma graphic novel, um audiobook e um game (o filme ainda não saiu do projeto). E é do game que falaremos aqui, é claro.
O game foi lançado pelo grupo Cabana Boys e distribuido pela Interplay em 1988. Embora não siga fielmente a história do livro, é uma espécie de sequência do original, que leva seu personagem a trilhar os caminhos de Case, o protagonista, pelos bares e terminais de Chiba City (área leste de Tokyo) e, num segundo momento, pelos desafios da Matriz (pensou que os Watchowsky eram originais?).
O Cabana Boys era um grupo constituído pelos designers Bruce J. Balfour e Brian Fargo, Michael A. Stackpole e pelo programador Troy A. Miles.
Balfour, especialista em AI, fez vários trabalhos com quadrinhos, literatura fantástica e jogos, além de uma passagem pela NASA. Os demais continuaram na área de games, entre outros trabalhos. Fargo foi fundador da Interplay e em 2005 lançou uma nova versão de seu antigo clássico para PCs 'Bard´s Tale' pela InXile Entertainment.
No game, você navega pelo ciberespaço e terá que enfrentar as AIs mais poderosas e hostis do mundo virtual, como Wintermute, Greystoke and Neuromancer. O jogo tem uma sacada genial de design que é a Code Wheel (veja abaixo), um disco de papelão que apresentava uma senha de acesso para cada site ou arquivo que você precisava durante a aventura.
Durante seu hacking pela rede, você precisará de vários softwares disponíveis no jogo, como Coptalk, para usar os parâmetros de acesso da polícia, Debug, Evasão, para fugir de um confronto com as AIs ou Filosofia, para combatê-las no ciberespaço, entre outros.
Uma das curiosidades do game é a música presente: "Some Things Never Change", da banda Devo, sintetizada e extremamente apropriada para a ambientação do game e a cultura da época de lançamento do game (hoje seria uma piada sem graça!).
Curiosamente, não encontrei NENHUMA entrevista destes profissionais falando sobre o processo de criação ou design do jogo. É como se eles não tivessem muito orgulho do trabalho realizado ou não pudessem mais falar a respeito, não sei.
Porém, há boas informações sobre o jogo espalhadas na rede. Seguem abaixo, alguns links:
Aqui, há um interessante review do jogo, escaneado de uma revista da época. Vale dar uma olhada e ver como eram as primeiras análises de game.
O blog Arte e Subversão Interativa tem uma boa análise do jogo e pode te ajudar a entender um pouco mais a trama e outros detalhes.
Há um ótimo Walkthrough do game neste site, que pode ajudar, com dicas e informações.
Há um site com várias informações sobre o autor do livro, além de um link com o texto do livro online para você ler a obra, se ainda não o fez.
Há também uma parte da história convertida em comics, disponível para leitura online, neste link.
E, nesse link, você pode ler um interessantíssimo artigo sobre as referências presentes no livro, escrito por Paul Brains, PhD de Literatura Comparativa pela Universidade de Indiana.
Em tempo: Acabo de descobrir que Hayden Christensen assinou contrato para protagonizar o filme. O ImdbPro afirma que o filme sai em 2011, embora haja quem aposte em 2009, mas não há nada a esse respeito na rede.
Há uma prévia do poster do filme aqui.
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Um comentário:
Muito louco, esse filme vai se tornar uma lenda?
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