Já comentei anteriormente que, nos anos 80 os games eram praticamente todos de gênero ‘fogo-neles’ e, em geral, o inimigo eram os malvados aliens.
Isso acontecia porque era mais fácil simular a vastidão do universo por meio da imensidão negra do tubo de raios catódicos, pulverizando a tela com formas esquisóides de naves espaciais e seres do outro mundo.
Galaxian, arcade lançado em 1979, praticamente não fugia à esta regra.
Descendente direto do sucesso conquistado pouco antes por Space Invaders (Atari, 1978), Galaxian foi produzido pela Namco, que lançava seu primeiro arcade de jogo. O grande atrativo e diferencial do jogo eram, sem dúvida, os sprites coloridos e animados da tela, que se diferenciavam do antecessor não somente pelas cores vibrantes, produzidas por um processador Z80 em RGB (diferentemente dos sistemas de overlay, que coloriam parcialmente a tela, como em Space Invaders e Berzerk, entre outros), mas também pela movimentação mais dinâmiva e agressiva das naves inimigas que, a ciclos regulares, mergulhavam de forma kamikaze contra a sua nave.
O jogo também oferecia fontes diferenciadas para as informações de pontuação, música de abertura (ainda que não fosse exatamente um Stravinsky), efeitos sonoros mais ricos e um efeito visual de campo estelar que se descotinava ao fundo durante a partida, criando sensação de profundidade e integração entre os elementos de design do jogo.
Tamanho sucesso fez surgirem rapidamente uma enxurrada de clones disputando o mercado, como Phoenix, da Amstar Electronics, Stratovox, da Taito e o sucessor direto da própria Namco, Galaga, de 1983, que contava com gráficos ainda mais caprichados e a criação de um raio trator, com o qual os alienígenas tentavam capturar sua nave.
“Foi uma entrada relativamente prematura na era de ouro dos vídeo games e [o jogo] capitalizou o entusiasmo criado pelo clássico game anterior, “Space Invadcers”, disse Chris Lindsay, diretor do Museu National de Video Game and Coin-Op [máquinas operadas por moedas] de St. Louis, em um comentário encontrado no site Find Internet Tv.
Outro comentário interessante presente no site dá a dimensão do sucesso alcançado pelo produto:
"As pessoas nos fliperamas despejavam suas moedas nas cabines do game para continuar jogando e todos aqueles que estavam esperando ficavam furiosos porque sua vez nunca chegava."
Outro aspecto curioso do jogo era a nave-mãe inimiga, que teve vida muito mais longa que o próprio game, aparecendo em inúmeros outros jogos como um elemento importante.
O divertido vídeo do Coin-Op Tv (eu já postei sobre este site genial aqui!) mostra a conspiração impetrada contra o universo pela nave-mãe, invadindo os muitos games posteriores da Namco. Veja aqui.
O arcade Gorf, da Bally Midway fazia uma certa homenagem ao game (ou um plágio descarado, vai saber...) com uma fase semelhante a Galaxian e, curiosamente, uma versão do jogo pode ser destravada no arcade Mortal Kombat!
Não fosse isso histórico o bastante para o game, ele ainda foi responsável, em parte, pela existência do ícone Super Mario.
A Nintendo, que dava os primeiros passos no mercado de games, lançou no Japão o arcade RadarScope, claramente “inspirado” nos sucessos de Space Invaders e Galaxian. Mas o mercado já estava saturado desses jogos e a Nintendo começou a perder dinheiro, com aproximadamente 2.000 máquinas paradas em território americano. Antes que o pior acontecesse, a empresa enviou um novato para tentar consertar a encrenca. Seu nome: Shigeru Miyamoto. O resulta da história você já conhece, mister Miyamoto aproveitou o hardware d RadarScope e criou um joguinho com um nanico, um gorila e uma donzela em perigo, mudando para sempre a história do game design.
Se você quiser matar a saudade, baixe uma versão em Flash de Galaxian clicando aqui.
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