quarta-feira, 11 de março de 2009

HQS DO FUTURO NO SEC XX


Este nem é um assunto novo, mas é a primeira vez que o abordo aqui no RGB.

Hoje, qualquer trabalho de história em quadrinhos que se preze é finalizado com o uso de computadores e softwares, seja desenhado e pintado à mão livre ou produzido direto em 3D ou vetor.

Porém, as coisas eram bem diferentes no alvorecer da socialização da informática como recurso e equipamento para os escritórios e lares do mundo.


Todos os historiadores são unânimes em afirmar que o primeiro quadrinho digital lançado foi Shatter, criado por Mike Saenz e Peter Gillis, em 1984. Na época, não contavam com mais do que um Machintosh PB de 128 Kb, SEM HD (sim, amigo, tudo produzido e armazenado e Disquetes!!!).

Mike Gold, renomado editor da DC Comics comentou certa vez sobre o resultado estético da arte:
“A arte era fragmentada e quebradiça, como se um viciado em anfetaminas tivesse recebido uma caixa de retículas... Mas o visual era totalmente novo para os quadrinhos”.


Em 1986, com William Bates, Saenz atacaria de novo, com Crash, HQ de temática atualizada com o Homem de Ferro, envolvendo pirataria industrial, problemas com telemática e outras questões contemporâneas.


Em 1988, foi o alemão Michael Gotze quem buscou na informática caminhos para sua arte gráfica, com a HQ “Império dos Robôs”, produzida em um computador Atari 520 SST. Inteligentemente, Gotze trabalhou personagens e cenários em um soft 3D, que lhe permitia mudar os ângulos de uma imagem para outra, facilitando o processo de produção da HQ.


Em 1989, os franceses Landrain e Groot lançaram a HQ Digitaline, totalmente produzida no computador. Landrain ressalta os aspectos positivos do trabalho digital mas, mesmo assim, a obra foi interrompida.


Em 1990, Pepe Moreno, artista espanhol, acertou na mosca com Digital Justice, trabalho elaborado e primoroso, feito com mais recursos que seus antecessores e muito talento, com um Apple Machintoch II e uma paleta de 16 milhões de matizes.

Embora a história das HQs digitais continue firme até os dias de hoje, Batman – Digital Justice marcou o ingresso definitivo das grandes editoras no uso de hardware e programas gráficos para seus comics.

Há muitos outros exemplos, como Sinkha, trabalho de 1995 do italiano Marco Patrito de quadrinhos em suporte CD-Rom e Operation Ted Bear, de 1996, também em CD-Rom, lançado pelo francês Edouard Lussan.


Sim, também sou fã de quadrinhos, mas estas informações todas não são minhas. São parte de uma excelente pesquisa de Edgar Silveira Franco, convertida em livro com o título “Hqtrônicas, do suporte papel à rede Internet”.
Vale a pena ler.

E se você não conhece estes quadrinhos, vá à caça!



Um comentário:

Edgar Franco disse...

Muito obrigado pela divulgação do livro em seu blog!!!!

Abraço,

Edgar Franco